sábado, 1 de abril de 2017

[EXCLUSIVO] A entrevista de CHRIS DALE para BRUCE DICKINSON FOREVER


Enquanto aguardamos ansiosamente o lançamento do DVD do documentário SCREAM FOR ME, SARAJEVO, a administradora da página Bruce Dickinson Forever, Michelle Ferreira Sanches, bateu um papo com Chris Dale, baixista da banda Skunkworks, e você confere aqui, com exclusividade:

1. Você se lembra de quando começou a se interessar por música? Como você se decidiu pelo baixo?

Sim, foi quando eu vi pela primeira vez KISS ao vivo na turnê Lick It Up em 1983. Eu saí  de lá pensando "Isso é o que eu quero fazer!". Eu morava em uma pequena aldeia no País de Gales, mas depois de sair da escola, mudei-me para Londres com o meu baixo e comecei a tocar em tantas bandas quanto possível.

2. Sua primeira experiência com o Bruce foi ao se juntar a sua banda, para a turnê de Balls to Picasso. Como foi estar no palco com o (então) ex-vocalista do Iron Maiden?

Por um lado, era perfeitamente normal. Ele é um cara normal, sem aquela coisa de ego de rockstar. Por outro lado, estávamos muito conscientes de quem ele era e eu estava um pouco admirado, no início. Ele logo acalmou isso, no entanto, apenas sendo um amigo normal para nós.
Nós não tocamos músicas do Maiden naquela turnê, então às vezes era fácil esquecer que havia esse fundo para ele. Eu me lembro que, no primeiro show que tocamos, em Springfield MO, estávamos tocando as músicas, agitando e de repente ele gritou "Scream For Me Springfield!". Foi um daqueles momentos mágicos do metal.

3. Vocês eram realmente jovens naquela época. Você poderia divider conosco algumas de suas lembranças favoritas daquela época?

Toda essa turnê foi realmente o mais incrível presente do meu tempo nessa banda. Eu já tinha viajado pelo Reino Unido e Europa antes mas com Bruce vi os EUA, Japão e América do Sul pela primeira vez. Foi um privilégio, tocar metal ao redor do mundo, com alguns dos meusgrandes amigos na banda e equipe... e ser pago pra isso! Foi um sonho tornado realidade.



4. Skunkworks é um álbum que tem sido duramente criticado por fãs do metal. Se você tivesse que apontar uma música do álbum que resume todo aquele trabalho admirável, qual seria?
Acho que a beleza do álbum Skunkworks é a variedade musical nele, há realmente algumas melodias de rock nele, mas também um pouco de material mais escuroe nervoso que Bruce nunca realmente havia explorado em seus outros álbuns solo. Essa variedade torna difícil escolher apenas uma música.
Minha música favorita do álbum, no entanto, é geralmente, Solar Confinement, mas para dar a alguém uma amostra dos lados claro e escuro do disco, podemos iniciá-los com Dreamstate.

5. Quando foram convidados para ir a Sarajevo, como você se sentiu? Você teve receios de ir para uma zona de guerra ou se sentiu ansioso por poder ir lá e fazer algo para ajudar as pessoas as esquecer de seus problemas por pelo menos uma noite?

Você está fazendo parecer que fomos lá fora como heróis, mas não, não foi nada tão glamuroso. Nós estávamos ignorantes (sobre a situação). Nós sinceramente não sabiamos como era perigoso. Sabíamos que havia uma guerra lá mas pensávamos que tinha acalmado, que a força de manutenção da paz da ONU estava mantendo a paz. Foi apenas enquanto chegávamos que percebemos que era, na verdade, uma zona de guerra completa, com tiros e pessoas morrendo diariamente.
Fomos lá para ajudar as pessoas a esquecer os seus problemas? Honestamente não. Novamente, parece que fomos heróis. Eu fui lá porque eu gostava de fazer shows em diferentes países. Sempre foi boa diversão agitar no palco e tomar uma cerveja depois. Honestamente esse era o meu motivo. Novamente, eu não sabia exatamente no que estávamos nos metendo. Eu não sabia que isso me mudaria como pessoa e teria um impacto duradouro. Eu também não sabia, até que começamos a fazer Scream for me, Sarajevo,sobre o verdadeiro impacto que tivemos na vida das pessoas lá. Como você disse, realmente ajudou as pessoas esquecerem seus problemas, mas também os inspirou com o conhecimento de que havia pessoas no mundo exterior que se preocupava com sua situação.



6. O documentário “Scream for me, Sarajevo” está prestes a atingir o mundo. O que podemos esperar dele? Que tipo de mensagem você gostaria que ele passasse?

Naturalmente você pode esperar entrevistas recentes comigo, Bruce e Alex Elena. Há também algumas cenas do show que nunca foram vistas. Mas o que pode não esperar, mas é provavelmente a parte mais poderosa do filme, são as entrevistas com fãs locais que vieram ao show. Sua história é muito mais comovente do que qualquer coisa que passamos por ali.
A mensagem que aparece no filme é como a música pode realmente fazer a diferença nos tempos mais obscuros da vida das pessoas. Todo o processo de fazer este filme tem sido uma experiência maravilhosa para todos nós. Fazendo novos amigos e renovando amizades de vinte anos. É ótimo voltar a ver Sarajevo, mas agora vibrante e feliz, uma cidade próspera e bonita que agora parece como um segundo lar para mim.

7. Você chegou a ver algum show do Maiden após a volta do Bruce? Qual a sua opinião sobre o último álbum da donzela, The Book of Souls?
Sim, fui ver a donzela algumas vezes desde que ele voltou. Sempre fico impressionado com a energia que essa banda coloca em seus shows. Mas devo admitir, no entanto, que ainda não ouvi o álbum The Book of Souls.

8. Você poderia nos falar sobre seus projetos atuais?
Eu tenho tocado com alguns amigos em bares, mas eu não tenho nada sério neste momento. Honestamente, estou mais feliz agora tocando com meu filho de dez anos, ajudando-o. Amanhã, vamos partir para explorar a Europa de trem por dez dias. Este é meu tipo preferido de turnê hoje em dia!


9. Quais foram suas maiores influências na música?
Acho que eu cresci ouvindo as mesma bandas de rock como a maioria pessoas, Maiden, AC/DC, KISS, Sabbath, etc. Eu aprendi com eles. Mas a minha maior influência, realmente, teria que ser Alex Dickson, o guitarrista de Skunkworks. Ele é grande em todos os sentidos, como músico, cantor, compositor. Ele me inspirou e encorajou a tocar melhor, a cantar e começar a escrever canções. Então produziu os três álbuns da minha banda, Sack Trick. Eu diria que ele é a maior influência que alguém já teve.

10. Você já esteve no Brasil? Podemos esperar que você volte a tocar aqui algum dia? Você poderia deixar uma mensagem para seus fãs brasileiros?

Fui ao Brasil algumas vezes. Eu adorei, é um país brilhante e lindo. A música parece cercar todas as pessoas, como se estivesse no ar.
A primeira vez foi com Bruce, em 1995, que foi numa louca pequena turnê sul-americana, com três noites em São Paulo. A segunda vez, passei uma semana no Rio gravando baixo para o álbum do Tribuzy e saindo com Renato Tribuzy. Ele é um cara  tão divertido e um cantor incrivelmente talentoso. A terceira vez foi quando Bruce e RoyZ fizeram alguns shows  com Tribuzy, em 2005. A última vez que estive lá foi enquanto eu estava trabalhando como técnico de baixo de Billy Sheehan, em uma tour do Mr Big, que provavelmente teria sido por volta de 2011. Fico sempre feliz de voltar ao Brasil!


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