sábado, 1 de abril de 2017

[EXCLUSIVO] A entrevista de CHRIS DALE para BRUCE DICKINSON FOREVER


Enquanto aguardamos ansiosamente o lançamento do DVD do documentário SCREAM FOR ME, SARAJEVO, a administradora da página Bruce Dickinson Forever, Michelle Ferreira Sanches, bateu um papo com Chris Dale, baixista da banda Skunkworks, e você confere aqui, com exclusividade:

1. Você se lembra de quando começou a se interessar por música? Como você se decidiu pelo baixo?

Sim, foi quando eu vi pela primeira vez KISS ao vivo na turnê Lick It Up em 1983. Eu saí  de lá pensando "Isso é o que eu quero fazer!". Eu morava em uma pequena aldeia no País de Gales, mas depois de sair da escola, mudei-me para Londres com o meu baixo e comecei a tocar em tantas bandas quanto possível.

2. Sua primeira experiência com o Bruce foi ao se juntar a sua banda, para a turnê de Balls to Picasso. Como foi estar no palco com o (então) ex-vocalista do Iron Maiden?

Por um lado, era perfeitamente normal. Ele é um cara normal, sem aquela coisa de ego de rockstar. Por outro lado, estávamos muito conscientes de quem ele era e eu estava um pouco admirado, no início. Ele logo acalmou isso, no entanto, apenas sendo um amigo normal para nós.
Nós não tocamos músicas do Maiden naquela turnê, então às vezes era fácil esquecer que havia esse fundo para ele. Eu me lembro que, no primeiro show que tocamos, em Springfield MO, estávamos tocando as músicas, agitando e de repente ele gritou "Scream For Me Springfield!". Foi um daqueles momentos mágicos do metal.

3. Vocês eram realmente jovens naquela época. Você poderia divider conosco algumas de suas lembranças favoritas daquela época?

Toda essa turnê foi realmente o mais incrível presente do meu tempo nessa banda. Eu já tinha viajado pelo Reino Unido e Europa antes mas com Bruce vi os EUA, Japão e América do Sul pela primeira vez. Foi um privilégio, tocar metal ao redor do mundo, com alguns dos meusgrandes amigos na banda e equipe... e ser pago pra isso! Foi um sonho tornado realidade.



4. Skunkworks é um álbum que tem sido duramente criticado por fãs do metal. Se você tivesse que apontar uma música do álbum que resume todo aquele trabalho admirável, qual seria?
Acho que a beleza do álbum Skunkworks é a variedade musical nele, há realmente algumas melodias de rock nele, mas também um pouco de material mais escuroe nervoso que Bruce nunca realmente havia explorado em seus outros álbuns solo. Essa variedade torna difícil escolher apenas uma música.
Minha música favorita do álbum, no entanto, é geralmente, Solar Confinement, mas para dar a alguém uma amostra dos lados claro e escuro do disco, podemos iniciá-los com Dreamstate.

5. Quando foram convidados para ir a Sarajevo, como você se sentiu? Você teve receios de ir para uma zona de guerra ou se sentiu ansioso por poder ir lá e fazer algo para ajudar as pessoas as esquecer de seus problemas por pelo menos uma noite?

Você está fazendo parecer que fomos lá fora como heróis, mas não, não foi nada tão glamuroso. Nós estávamos ignorantes (sobre a situação). Nós sinceramente não sabiamos como era perigoso. Sabíamos que havia uma guerra lá mas pensávamos que tinha acalmado, que a força de manutenção da paz da ONU estava mantendo a paz. Foi apenas enquanto chegávamos que percebemos que era, na verdade, uma zona de guerra completa, com tiros e pessoas morrendo diariamente.
Fomos lá para ajudar as pessoas a esquecer os seus problemas? Honestamente não. Novamente, parece que fomos heróis. Eu fui lá porque eu gostava de fazer shows em diferentes países. Sempre foi boa diversão agitar no palco e tomar uma cerveja depois. Honestamente esse era o meu motivo. Novamente, eu não sabia exatamente no que estávamos nos metendo. Eu não sabia que isso me mudaria como pessoa e teria um impacto duradouro. Eu também não sabia, até que começamos a fazer Scream for me, Sarajevo,sobre o verdadeiro impacto que tivemos na vida das pessoas lá. Como você disse, realmente ajudou as pessoas esquecerem seus problemas, mas também os inspirou com o conhecimento de que havia pessoas no mundo exterior que se preocupava com sua situação.



6. O documentário “Scream for me, Sarajevo” está prestes a atingir o mundo. O que podemos esperar dele? Que tipo de mensagem você gostaria que ele passasse?

Naturalmente você pode esperar entrevistas recentes comigo, Bruce e Alex Elena. Há também algumas cenas do show que nunca foram vistas. Mas o que pode não esperar, mas é provavelmente a parte mais poderosa do filme, são as entrevistas com fãs locais que vieram ao show. Sua história é muito mais comovente do que qualquer coisa que passamos por ali.
A mensagem que aparece no filme é como a música pode realmente fazer a diferença nos tempos mais obscuros da vida das pessoas. Todo o processo de fazer este filme tem sido uma experiência maravilhosa para todos nós. Fazendo novos amigos e renovando amizades de vinte anos. É ótimo voltar a ver Sarajevo, mas agora vibrante e feliz, uma cidade próspera e bonita que agora parece como um segundo lar para mim.

7. Você chegou a ver algum show do Maiden após a volta do Bruce? Qual a sua opinião sobre o último álbum da donzela, The Book of Souls?
Sim, fui ver a donzela algumas vezes desde que ele voltou. Sempre fico impressionado com a energia que essa banda coloca em seus shows. Mas devo admitir, no entanto, que ainda não ouvi o álbum The Book of Souls.

8. Você poderia nos falar sobre seus projetos atuais?
Eu tenho tocado com alguns amigos em bares, mas eu não tenho nada sério neste momento. Honestamente, estou mais feliz agora tocando com meu filho de dez anos, ajudando-o. Amanhã, vamos partir para explorar a Europa de trem por dez dias. Este é meu tipo preferido de turnê hoje em dia!


9. Quais foram suas maiores influências na música?
Acho que eu cresci ouvindo as mesma bandas de rock como a maioria pessoas, Maiden, AC/DC, KISS, Sabbath, etc. Eu aprendi com eles. Mas a minha maior influência, realmente, teria que ser Alex Dickson, o guitarrista de Skunkworks. Ele é grande em todos os sentidos, como músico, cantor, compositor. Ele me inspirou e encorajou a tocar melhor, a cantar e começar a escrever canções. Então produziu os três álbuns da minha banda, Sack Trick. Eu diria que ele é a maior influência que alguém já teve.

10. Você já esteve no Brasil? Podemos esperar que você volte a tocar aqui algum dia? Você poderia deixar uma mensagem para seus fãs brasileiros?

Fui ao Brasil algumas vezes. Eu adorei, é um país brilhante e lindo. A música parece cercar todas as pessoas, como se estivesse no ar.
A primeira vez foi com Bruce, em 1995, que foi numa louca pequena turnê sul-americana, com três noites em São Paulo. A segunda vez, passei uma semana no Rio gravando baixo para o álbum do Tribuzy e saindo com Renato Tribuzy. Ele é um cara  tão divertido e um cantor incrivelmente talentoso. A terceira vez foi quando Bruce e RoyZ fizeram alguns shows  com Tribuzy, em 2005. A última vez que estive lá foi enquanto eu estava trabalhando como técnico de baixo de Billy Sheehan, em uma tour do Mr Big, que provavelmente teria sido por volta de 2011. Fico sempre feliz de voltar ao Brasil!


[EXCLUSIVE] Bruce Dickinson Forever interviews CHRIS DALE


While we are all anxiously waiting for the DVD 'Scream for me, Sarajevo', Michelle Ferreira Sanches, Bruce Dickinson Forever adm, sat down for a quick chat with bassist CHRIS DALE, about Skunkworks, his musical career and, of course, that one great moment in Bosnia they all had in 1994. Check it out.

1. Do you remember when you first discovered you wanted to make music? How did you choose the bass?

Yes, it was when I first saw KISS in concert on the Lick It Up tour in 1983. I came out of that thinking "That's what I want to do!". I lived in a little village in Wales but after leaving school I moved to London with my bass and started playing in as many bands as possible.

2. Your first experience with Bruce was joining his touring band to support Balls to Picasso. How was it to you to be on stage with Iron Maiden former lead singer?

On the one hand it was prefectly normal. He's a normal kind of guy, not the big rockstar ego thing. On the other hand we were very aware who he was and I was a little bit in awe at first. He soon calmed that down though, just by being like a normal friend with us.
We didn't play any Maiden songs on that tour so it was sometimes easy to forget there was that background to him. I remember in the first gig we played, in Springfield MO, we were playing the songs, rocking out and suddenly he screamed "Scream For Me Springfield!". It was one of those magical metal moments.

3. You guys were really young during that time. Could you share some of your favourite memories from that time?

All that touring was really the most amazing gift to have come out of my time in that band. I had travelled around UK and Europe before but with Bruce I saw the US, Japan and South America for the first time. It was a such a privilege, playing metal music around the world, with some great friends in the band and crew... and then getting paid for it! It was a dream come true.



4. Skunkworks is an album which has been unfairly criticized by metal fans. If you had to point one song from this album to sum up all that wonderful work, which one would it be?

I think the beauty of the Skunkworks album is the variety of music on it, there's some really rocking tunes but also some darker moodier material that Bruce never really explored on his other albums very much. That variety makes it difficult to pick just one.
My favourite song on the album however is usually, Solar Confinement but to give someone a taste of the light and dark sides of that record, I might start them off with Dreamstate.

5. When you were invited to go to Sarajevo, how did you feel? Were you scared of going to a war zone or anxious to be able to go there and do something to help people forget their problems for at least one night?

You are making it sound like we went out there as heroes but no, it was nothing so glamourous. We were ignorant. We honestly didn't know how dangerous it was. We knew there was a war there but we thought it had calmed down, that the UN peacekeeping force were keeping the peace. It was only as we were going in there that we realised that it was actually a completely active war zone with gunfire and people dying on a daily basis.
Did we go there to help people forget their problems? Honestly no. Again, that sounds like we were heroes. I went there because I liked playing gigs in different countries. It was always good fun rocking onstage and having a beer later. That was honestly my motive. Again I didn't realise exactly what we were going into. I didn't realise it would change me as a person and have a lasting impact. I also didn't realise until we started making the Scream For Me Sarajevo film what a real impact we had on people's lives there. As you said, it really did help people forget their problems but also inspired them in the knowledge that there were people in the outside world who cared about their plight.



6. "Scream for me, Sarajevo", the documentary, is about to reach all the world. What can we expect from this documentary? What type of message would you like it to pass?

Of course you can expect recent interviews with me, Bruce and Alex Elena. There is also some concert footage of the gig that has never been seeen before. But what you may not expect but is probably the most powerful part of the film, are the interviews with local Bosnain rock fans who came to the gig. Their story is far more touching than anything we went through over there.
The message that comes across in the film is how music really can make a difference in the darkest times of people's lives. The whole process of making this film has been a wonderful experience for all of us. Making new friends and re-newing friendships from twenty years ago. It is great to see Sarajevo again but now looking vibrant and happy, a thriving and beautiful city that now feels like a second home to me.

7. Have you seen Bruce Dickinson on stage after he rejoined Maiden? What are your impressions of Maiden latest album, The Book of Souls?

Yes, I've been to see Maiden a few times since he rejoined. I'm always amazed by the energy that band puts into their shows. I must admit though that I haven't heard the Book of Souls album.

8. Could you tell us about your current projects?       

I've been jamming with a few friends in bars but I haven't got a serious band thing going at the moment. Quite honestly, I'm happiest right now jamming with my ten year old son, helping him along. Tomorrow, we're going off to explore Europe by train for ten days. Just right now, that's my favourite kind of tour!



9. Who has been your greatest influence in music?

I guess growing up I was listening to the same rock bands as most people, AC/DC, Maiden, KISS, Sabbath etc. I learned from them. But the single biggest influence really would have to be Alex Dickson, the guitasrist in Skunkworks. He's such a great all round musican, singer, songwriter. He inspired and encouraged me to play better bass, to sing and to start writing songs. He then produced the three albums by my band Sack Trick. I'd say that's the biggest influence anyone's had.

10. Have you even been in Brazil? Can we expect you to play here some day? Could you leave a message to your Brazilian fans?

I've been to Brazil a few times. I love it, it's a such a bright and beautiful country. Music just seems to surround everyone, like it's in the air.
The first time was with Bruce in 1995, that was a crazy little South American tour with three nights in Sao Paulo. The second time, I spent a week in Rio recording bass for the Tribuzy album and hanging out with Renato Tribuzy. He's such a fun guy and an incredibly talented singer. The third time was when me, Bruce and RoyZ did some Brazillian shows with Tribuzy in 2005. The last time I was there was while I was working as Billy Sheehan's bass tech on a Mr Big tour, that would probably have been around 2011. I'm always happy to go back to Brazil!

[Exclusive interview made to Bruce Dickinson Forever. All rights reserved.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Bruce Dickinson Backed Aircraft Crashed During Second Flight 2016 In Review

Aircraft part funded by Iron Maiden frontman Bruce Dickinson sustained damage to its cockpit
An aircraft part funded by Iron Maiden frontman Bruce Dickinson has crashed on its second flight.

The Airlander 10 was damaged when it took a nosedive during a flight from Cardington Airfield in Bedfordshire, UK. Billed as the world's longest aircraft, the £25 million aircraft sustained damage to its cockpit in the crash at around 11am GMT today.

Aircraft enthusiast Dickinson announced last year that he was investing £250,000 in the manufacture of the Airlander 10 – which is described as part plane, part airship. It measures in at 302-feet long and can stay airborne for five days.

HAV, the craft's developer, tells the BBC all the crew are "safe and well".

A spokesman adds: "The flight went really well and the only issue was when it landed."

HAV has denied claims from a witness that a line hanging down from the vehicle hit a telegraph pole about two fields away from its landing.

Dickinson previously said the Airlander 10 could be used as a hospital in Africa or a "global conveyor belt."

He added: "With these vehicles, you could drop off a 20-ton slab of water that is clean, drinkable, to an African village. It’s astonishing what you can do that you just can’t do with anything else. Shit, you can do that with it? Wow, you can do that with it? Seriously fantastic."


Credits: teamrock.com

sábado, 17 de dezembro de 2016

"A COMPANHIA AÉREA DE AVIAÇÃO DE CARDIFF IN A BOX” EXPANDE-SE À ALBÂNIA


Esta semana o Bruce Dickinson foi pessoalmente responsável por levar a última  aeronave  a se juntar a frota de Cardiff Aviation ACMI (Tripulação e Manutenção Aéreas) para Albawings, na Albânia. O novo Boeing 737-400 realizará operações entre a Albânia e a Itália durante o inverno de 2016-17, fornecendo capacidade adicional em rotas altamente populares.

Nomeado em honra de um personagem muito amado, interpretado pelo herói de culto britânico improvável, Sir Norman Wisdom  "Mr Pitkin", partiu para a viagem inaugural das instalações da Cardiff Avaition para Tirana, na segunda-feira, 12 de dezembro.

Mais conhecido como o herói infeliz de muitos um filme clássico, incluindo "A Stitch In Time", foi talvez uma surpresa que Albawings escolheu o nome "Mr Pitkin" para suas novas aeronaves. No entanto, filmes do Sir Norman Wisdom foram os únicos filmes permitidos que apresentavam um ator ocidental durante o período comunista, uma vez que ele geralmente interpretava o homenzinho contra as corporações capitalistas.

Presidente do Cardiff aviação, Bruce Dickinson, disse: "quando nós primeiramente entramos em negociações para fornecer uma nova aeronave para rotas de serviço da Albânia, fomos agradavelmente surpreendidos ao descobrir o quão respeitado o senhor Norman é em todo o país. Temos o prazer de honrar a sua memória com nossos aviões mais recentes como 'One Good Turn' e, claro, esperamos que seja um operador muito mais suave do que o Mr. Pitkin!"

Este é o segundo ACMI, da Cardiff Aviation; Air Djibouti, o primeiro, foi lanlado em agosto deste ano, o que caracteriza o negócio de "airline em uma caixa" como  modelo para os países que desejam estabelecer ou estender linhas aéreas com risco financeiro mínimo.

Bruce disse: "com o Mr. Pitkin, é um prazer ser o 'homem do momento' e esperamos que esta seja a base para um relacionamento a longo prazo em torno de nossas operações de ACMI."

Fonte: speakers.co.uk


CARDIFF AVIATION’S “AIRLINE IN A BOX OPERATION” EXPANDS TO ALBANIA


This week Bruce Dickinson was personally responsible for delivering the latest aircraft to join Cardiff Aviation’s ACMI (Aircraft Crew Maintenance Insurance) fleet to Albawings in Albania. The new Boeing 737-400 will carry out operations between Albania and Italy over Winter 2016-17, providing additional capacity on highly popular routes.
Named in honour of a much loved character played by Albania’s unlikely British cult hero, the Sir Norman Wisdom “Mr Pitkin”, set off on it’s maiden voyage from Cardiff Avaition’s MRO facilities to Tirana on Monday 12 December.

Better known as the hapless hero of many a classic film including “A Stitch In Time”, it was perhaps with some surprise that Albawings chose the name “Mr Pitkin” for their new aircraft. However, Sir Norman Wisdom’s films were the only movies allowed featuring a western actor during the Communist period, as he was often cast as the little man set against capitalist corporations.

Cardiff Aviation’s Chairman, Bruce Dickinson, said: “When we first entered into negotiations to provide a new aircraft to service routes from Albania, we were pleasantly surprised to find out just how respected Sir Norman is across the country. We’re delighted to honour his memory with our latest aircraft as ‘One good Turn’ and of course, we expect it to be a much smoother operator than Mr. Pitkin!”

This is the second of Cardiff Aviation’s ACMI airline operations; the first being Air Djibouti that launched in August this year, which features the ‘airline in a box’ business model for countries who wish to establish or extend airlines with minimal financial risk.
Bruce said: “With Mr. Pitkin, we’re delighted to be the ‘Man of the Moment’ and we hope this is the foundation for an ongoing long-term relationship based around our ACMI operations.”

Credits: speakers.co.uk

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

[Arquivo] Histórias do Capitão Dickinson





A relativa inatividade do Maiden ao longo de 2002 permitiu que Bruce – inquieto, como sempre – organizasse uma visita de retorno à Europa, dessa vez com sua banda solo, basicamente formada por aqueles caras pirados do Sack Tricks, embora o baterista, dessa vez, fosse Robin Guy, que dividiu uma casa com Chris Dale (integrante da Skunkworks), e entrou para o Sack Tricks após uma série de coincidências e vários eventos divertidos.

“Fizemos um show no Kingston Peel”, lembra Robin. “Bruce foi com Janick, mandamos ver, fizemos nosso som, e, no fim do show, enquanto estava guardando minha bateria, meio pelado e tal, Chris veio até mim. Ele estava conversando com Bruce num canto ou sei lá, e disse: ‘Só pra você saber, Bruce quer tocar em alguns festivais europeus, e quer que você toque bateria para ele’, e minha reação foi: ‘Vai se foder, cara! Isso não tem graça. Não vem com essa pra cima de mim’, sabe? Pois isso é algo do coração. O Maiden mudou minha vida quando eu tinha 13 anos, sabe? Quando uma grande banda basicamente muda a sua vida, seja ela os Beatles, ou Michael Jackson, ou quem quer que seja... E a banda que havia mudado a minha era o Iron Maiden. Foi com o disco Killers, na França, em um intercâmbio em uma escola. Então, para mim... Eu literalmente levei aquilo como uma piada. Mas Chris me olhou nos olhos e disse: ‘Não, Rob, estou falando sério’. E naquele momento meu queixo caiu no chão, e eu respondi: ‘O que??’, e ele disse: ‘Sim, você sabe... ele quer que eu toque baixo, você toque bateria, Alex Dickison toque guitarra, e vamos encontrar outro guitarrista (que foi, no final, Pete Friesen)’.”

A turnê se provaria uma experiência muito surreal para Robin, embora uma que ele não trocaria por nada no mundo. “Estava falando com alguém sobre ver o Maiden em Donington, na turnê do Seventh Son of a Seventh Son, e esse show foi a maior plateia do Donington quando o Maiden tocou como banda principal. Você sabe, temos muito orgulho disso, como fãs do Maiden... E só de pensar... Como se eu voltasse e me visse de fora, seria como: ‘Ok, está vendo aquele vocalista ali? Ele tocara The Prisoner com você para 40 mil pessoas. Isso é grande demais para compreender, e quando você faz isso, é incrível.”

“Tocar nesses festivais foi uma experiência fenomenal. Mas também tudo foi acontecendo muito naturalmente. Estava cercado pelos meus melhores amigos, estávamos tocando metal, nos divertindo à beça fazendo isso. É tudo muito simples. Chris chegava falando: ‘Sobe aí nesse avião’, sabe? Todos nós viajávamos de Ryanair (companhia aérea com aviões desconfortáveis, assentos apertados e passagens mais baratas), chegávamos lá, montávamos o show, e, uma hora antes do show, Bruce pulava de seu avião e dizia: ‘Certo, rapazes, tudo em cima?’.”

Robin ficaria muito grato pela constante aversão de Bruce a permanecer parado, e o amor do vocalista pelo estilo de vida corrido se provaria vital em uma ocasião. Na época, o projeto principal de Robin era com sua banda, Rachel Stamp, cuja agenda ele conferira com muito cuidado antes de assumir os shows com Bruce. Não vendo problemas, fechou com a turnê solo de Bruce – até receber uma notícia de última hora.

Depois de já ter feito alguns ensaios com Bruce, o pessoal da Rachel Stamp ligou e avisou Robin que haviam conseguido um show, e ele coincidia com a viagem que estariam fazendo à Bélgica, para tocar no festival Graspop. E a Rachel Stamp havia sido contratada como banda principal num festival um pouco menor em Essex, chamado Turrock Music Festival.

Robin surtou, achou que tudo estaria perdido.

“Então, pensando com calma, concluí o seguinte: o Rachel Stamp será a banda principal da noite, então, chutando, provavelmente vamos subir ao palco às dez da noite. No Graspop (único festival na Europa em que Bruce e a banda não foram a banda principal) iríamos tocar logo após Rob Halford, antes do Dream Theater e do Machine Head, e o Slayer era a banda principal. Calculei que nossa apresentação iria das cinco até as seis, na Bélgica - que está uma hora à frente do Reino Unido -, então percebi que tinha cinco horas para bancar James Bond e ir da Bélgica para Essex. Entrei em contato com companhias aéreas, e não havia voos, ou todos estavam lotados, e eu estava começando a desmoronar.”

“Então, eu pensei: ‘Espere aí... Bruce é piloto!’, e isso aconteceu antes de eu ter feito qualquer show com Bruce, então ainda poderia rolar um ‘Quem você pensa que é para criar dificuldades? Cai fora! Vou arrumar outra pessoa’. Então, telefonei para a casa de Bruce, e foi um dos filhos dele quem atendeu, e eu disse: ‘Aqui é Robin, vou tocar bateria na turnê’. E ele sabia que eu era do Rachel Stamp – tínhamos um clipe rolando na TV na época. E ele disse: ‘Você é o cara que fica girando as baquetas e tudo mais?’, e eu pensei: ‘Que ótima notícia, o garoto me curte!’, sabe? “

“Então, ele foi chamar o pai, e nesse meio tempo eu estava me borrando todo. Conseguia literalmente ouvir os passos de Bruce se aproximando, e eu só disse: ‘Bruce, aqui é o Robin, ou tocar bateria na sua turnê, e estou com um pequeno problema. Tenho de estar em Essex, com a banda Rachel Stamp, logo depois do show na Bélgica, e estava pensando se você poderia considerar a possibilidade de eu ir no avião com você até a Bélgica, fazer o show, e então você me trazer de volta...’, e eu simplesmente parei, pensando, sabe... já era, ele vai mandar eu me ferrar.”

“Ele não fez isso. Bruce me perguntou onde seria o show do Stamps – e logo começou a tramar um plano tipicamente dickinsoniano. Conseguia ouvi-lo folheando algum atlas, murmurando, ‘Hum, sim, tem um em blá-blá-blá’, ‘Thurrocksville’ ou sei lá. E continuou: ‘Ah... nós provavelmente poderíamos pousar no campo’, e eu pensando: ‘Porra, ele está mesmo considerando isso’. E ele então disse: ‘Poderíamos fazer melhor ainda. Tenho um amigo que tem alguns aviões de bombardeiro medievais. Por que não fazemos isso num bombardeiro?’, e eu: ‘Meu Deus, meu Deus, meu Deus...’ Pois eu esperava que ele me tirasse do grupo imediatamente, sabe? Não esperava de jeito nenhum um por que não fazemos isso em um bombardeiro? Então, eu só consegui dizer: ‘Seria muito bem, se você não se importasse de organizar isso’, ao que ele me respondeu: ‘Amo um desafio. Vou te retornar sobre isso’.”

No fim das contas, a idéia do bombardeiro não vingou – mas, de maneira impressionante, Bruce, a Sanctuary e a administradora usaram de sua influência para essa miniaventura. “Havia uma pequena minivan esperando do lado do palco no Graspop. Terminamos o show com Powerslave, um grande final, e deixamos o palco. Bruce e eu pegamos nossas mochilas e ainda estávamos com nossos shorts suados, etc. Bruce deu alguns autógrafos, então, virou e disse: ‘Vamos, entra na van!’. Uma rápida viagem de carro para o aeroporto de Bruxelas, com ambos os artistas se trocando dentro da van, terminou com Bruce e Robin embarcando juntos em um voo programado.

“Aqui vai um último insight sobre esse grande homem”, continua Guy. “Bruce tinha uma passagem de primeira classe, e eu estava na seção encolhe as pernas, maluco, e ele trocou sua passagem apenas para que pudesse se sentar comigo e pudéssemos conversar e tal, durante o voo de volta. Minha reação foi: ‘Mas que droga, quem você acha que faria isso?’. Ele, de fato, trocou sua passagem de primeira classe para vir e sentar do meu lado. Quando desembarcamos, virei-me pra agradecê-lo: ‘Ah, amigo, muito legal da sua parte por me ajudar a fazer tudo isso...’ e ele: “Apenas entre no carro e vá! Você tem um show a fazer!’. E lá estava um carro da Sanctuary, com motorista, bancos de couro, extremamente rápido, ao melhor estilo James Bond, e eu entrei. Meu telefone estava fervendo de chamadas dos membros da Rachel Stamp, perguntando onde eu estava, e eu apenas dizia ‘chegando’.”

“Chegamos e passamos direto pela segurança, bem no meio da plateia que, obviamente, se esticava para ver o Rachel Stamp no palco. Não tinha tempo para ir ao camarim, então eu apenas pulei a barreira, saltei para o palco... eu tinha conseguido que um amigo montasse a bateria para mim, sabe? A plateia me reconheceu e começou ‘Eeeeee! Ótimo! Rachel Stamp!’, e eu dei uma última olhada na bateria. E voltei para a área do palco onde estavam os outros caras, fazendo cara feia. E eu pensei: ‘Não há nada que eu possa dizer agora. Vou dizer simplesmente, vamos quebrar tudo!’ Segui em frente e toquei por uma hora, então desmaiei. Havia feito algo inacreditável. Fiz algo meio Phil Collins, tocando em dois países diferentes no mesmo dia, chegando dois minutos antes do nosso show. Então, conseguimos. E, tecnicamente, eu não me atrasei.”



Fonte: Bruce Dickinson: os altos voos com o Iron Maiden e o voo solo de um dos maiores músicos do heavy metal