Enquanto aguardamos ansiosamente o lançamento do DVD do documentário SCREAM FOR ME, SARAJEVO, a administradora da página Bruce Dickinson Forever, Michelle Ferreira Sanches, bateu um papo com Chris Dale, baixista da banda Skunkworks, e você confere aqui, com exclusividade:
1. Você se lembra de
quando começou a se interessar por música? Como você se decidiu pelo baixo?
Sim, foi quando eu vi pela primeira vez KISS ao vivo na
turnê Lick It Up em 1983. Eu saí de lá
pensando "Isso é o que eu quero fazer!". Eu morava em uma pequena
aldeia no País de Gales, mas depois de sair da escola, mudei-me para Londres
com o meu baixo e comecei a tocar em tantas bandas quanto possível.
2. Sua primeira
experiência com o Bruce foi ao se juntar a sua banda, para a turnê de Balls to
Picasso. Como foi estar no palco com o (então) ex-vocalista do Iron Maiden?
Por um lado, era perfeitamente normal. Ele é um cara normal,
sem aquela coisa de ego de rockstar. Por outro lado, estávamos muito
conscientes de quem ele era e eu estava um pouco admirado, no início. Ele logo acalmou isso, no entanto,
apenas sendo um amigo normal para nós.
Nós não tocamos músicas do Maiden naquela turnê, então às
vezes era fácil esquecer que havia esse fundo para ele. Eu me lembro que, no
primeiro show que tocamos, em Springfield MO, estávamos tocando as músicas,
agitando e de repente ele gritou "Scream For Me Springfield!". Foi um daqueles momentos mágicos do
metal.
3. Vocês eram
realmente jovens naquela época. Você poderia divider conosco algumas de suas
lembranças favoritas daquela época?
Toda essa turnê foi realmente o mais incrível presente do
meu tempo nessa banda. Eu já tinha viajado pelo Reino Unido e Europa antes mas
com Bruce vi os EUA, Japão e América do Sul pela primeira vez. Foi um
privilégio, tocar metal ao redor do mundo, com alguns dos meusgrandes amigos na
banda e equipe... e ser pago pra isso! Foi um sonho tornado realidade.
4. Skunkworks é um
álbum que tem sido duramente criticado por fãs do metal. Se você tivesse que
apontar uma música do álbum que resume todo aquele trabalho admirável, qual
seria?
Acho que a beleza do álbum Skunkworks é a variedade musical
nele, há realmente algumas melodias de rock nele, mas também um pouco de
material mais escuroe nervoso que Bruce nunca realmente havia explorado em seus
outros álbuns solo. Essa
variedade torna difícil escolher apenas uma música.
Minha música favorita do álbum, no entanto, é geralmente,
Solar Confinement, mas para dar a alguém uma amostra dos lados claro e escuro
do disco, podemos iniciá-los com Dreamstate.
5. Quando foram
convidados para ir a Sarajevo, como você se sentiu? Você teve receios de ir
para uma zona de guerra ou se sentiu ansioso por poder ir lá e fazer algo para
ajudar as pessoas as esquecer de seus problemas por pelo menos uma noite?
Você está fazendo parecer que fomos lá fora como heróis, mas
não, não foi nada tão glamuroso. Nós estávamos ignorantes (sobre a situação).
Nós sinceramente não sabiamos como era perigoso. Sabíamos que havia uma guerra
lá mas pensávamos que tinha acalmado, que a força de manutenção da paz da ONU
estava mantendo a paz. Foi apenas enquanto chegávamos que percebemos que era,
na verdade, uma zona de guerra completa, com tiros e pessoas morrendo
diariamente.
Fomos lá para ajudar as pessoas a esquecer os seus
problemas? Honestamente não. Novamente, parece que fomos heróis. Eu fui lá
porque eu gostava de fazer shows em diferentes países. Sempre foi boa diversão
agitar no palco e tomar uma cerveja depois. Honestamente esse era o meu motivo.
Novamente, eu não sabia exatamente no que estávamos nos metendo. Eu não sabia
que isso me mudaria como pessoa e teria um impacto duradouro. Eu também não
sabia, até que começamos a fazer Scream for me, Sarajevo,sobre o verdadeiro
impacto que tivemos na vida das pessoas lá. Como você disse, realmente ajudou
as pessoas esquecerem seus problemas, mas também os inspirou com o conhecimento
de que havia pessoas no mundo exterior que se preocupava com sua situação.
6. O documentário “Scream
for me, Sarajevo” está prestes a atingir o mundo. O que podemos esperar dele? Que
tipo de mensagem você gostaria que ele passasse?
Naturalmente você pode esperar entrevistas recentes comigo,
Bruce e Alex Elena. Há também algumas cenas do show que nunca foram vistas. Mas
o que pode não esperar, mas é provavelmente a parte mais poderosa do filme, são
as entrevistas com fãs locais que vieram ao show. Sua história é muito mais comovente do que
qualquer coisa que passamos por ali.
A mensagem que aparece no filme é como a música pode
realmente fazer a diferença nos tempos mais obscuros da vida das pessoas. Todo
o processo de fazer este filme tem sido uma experiência maravilhosa para todos
nós. Fazendo novos amigos e renovando amizades de vinte anos. É ótimo voltar a
ver Sarajevo, mas agora vibrante e feliz, uma cidade próspera e bonita que
agora parece como um segundo lar para mim.
7. Você chegou a ver
algum show do Maiden após a volta do Bruce? Qual a sua opinião sobre o último
álbum da donzela, The Book of Souls?
Sim, fui ver a donzela algumas vezes desde que ele voltou.
Sempre fico impressionado com a energia que essa banda coloca em seus shows.
Mas devo admitir, no entanto, que ainda não ouvi o álbum The Book of Souls.
8. Você poderia nos falar sobre seus projetos
atuais?
Eu tenho tocado com alguns amigos em bares, mas eu não tenho
nada sério neste momento. Honestamente, estou mais feliz agora tocando com meu
filho de dez anos, ajudando-o. Amanhã, vamos partir para explorar a Europa de
trem por dez dias. Este é meu tipo preferido de turnê hoje em dia!
9. Quais foram suas
maiores influências na música?
Acho que eu cresci ouvindo as mesma bandas de rock como a
maioria pessoas, Maiden, AC/DC, KISS, Sabbath, etc. Eu aprendi com eles. Mas a
minha maior influência, realmente, teria que ser Alex Dickson, o guitarrista de
Skunkworks. Ele é grande em todos os sentidos, como músico, cantor, compositor.
Ele me inspirou e encorajou a tocar melhor, a cantar e começar a escrever
canções. Então produziu os três álbuns da minha banda, Sack Trick. Eu diria que
ele é a maior influência que alguém já teve.
10. Você já esteve no
Brasil? Podemos esperar que você volte a tocar aqui algum dia? Você poderia
deixar uma mensagem para seus fãs brasileiros?
Fui ao Brasil algumas vezes. Eu adorei, é um país brilhante
e lindo. A música parece
cercar todas as pessoas, como se estivesse no ar.
A primeira vez foi com Bruce, em 1995, que foi numa louca
pequena turnê sul-americana, com três noites em São Paulo. A segunda vez,
passei uma semana no Rio gravando baixo para o álbum do Tribuzy e saindo com
Renato Tribuzy. Ele é um cara tão
divertido e um cantor incrivelmente talentoso. A terceira vez foi quando Bruce
e RoyZ fizeram alguns shows com Tribuzy,
em 2005. A última vez que estive lá foi enquanto eu estava trabalhando como
técnico de baixo de Billy Sheehan, em uma tour do Mr Big, que provavelmente teria
sido por volta de 2011. Fico
sempre feliz de voltar ao Brasil!